"Seria talvez necessário dizer também que fazer amor é sentir o corpo refluir sobre si, é existir, enfim, fora de toda utopia, com toda densidade, entre as mãos do outro. Sob os dedos do outro que nos percorrem, todas as partes invisí-veis de nosso corpo põem-se a existir, contra os lábios do outro os nossos se tornam sensíveis, diante de seus olhos semicerrados, nosso rosto adquire uma certeza, existe um olhar, enfim, para ver nossas pálpebras fechadas. O amor, também ele, como o espelho e como a morte, sereniza a utopia de nosso corpo, silencia-a, acalma-a, fecha-a como se numa caixa, tranca-a e a sela. É por isso que ele é parente tão próximo da ilusão do espelho e da ameaça da morte; e se, apesar dessas duas figuras perigosas que o cercam, amamos tanto fazer amor, é porque no amor o corpo está aqui."
-- Michel Foucault
In: O corpo utópico, As heterotopias
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Modelos: Isis e Alice
Photography: art, design & communication:
Laboratório dedicado ao estudo da tecnologia fotográfica nos processos de subjetivação da modernidade; considerando histórias, teorias e críticas presentes na criação da imagem. Examina as questões de visibilidade, espaço, tempo e luz. Observa, a partir de Foucault, o contexto da cultura visual nas dimensões do Saber, do Poder e do Sujeito.